A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgou dados da nova Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) brasileira. O levantamento revela o aumento nos gastos dos paulistanos com artigos para os animais de estimação em relação aos gastos com o feijão. Segundo o estudo, as famílias que vivem na cidade de São Paulo gastam uma fatia equivalente a 0,55% do seu orçamento com a alimentação industrializada de cães e gatos enquanto destinam 0,39% do orçamento ao consumo de feijão.
Para Nelo Marraccini Neto, diretor comercial da Akron, distribuidora da fabricante de alimentos francesa Royal Canin, o alimento industrializado deixou de servir apenas para a nutrição para tornar-se um importante aliado da saúde, auxiliando na prevenção e até da cura de algumas doenças do pet. “O mercado evoluiu muito. Hoje temos produtos, por exemplo, que servem aos veterinários como coadjuvantes no tratamento de doenças como o diabetes, obesidade e problemas cardíacos. São alimentos realmente de alta tecnologia e com ingredientes de qualidade reconhecida e certificada mundialmente”.
Segundo Luiz Fernando de Albuquerque, diretor comercial da Pet Show Rio, distribuidora da fabricante Royal Canin no Rio de Janeiro, a pesquisa indica a preocupação com a melhor qualidade de vida dos pets. “Os animais domésticos são cada vez mais vistos como membros da família, portanto, têm recebido cuidados específicos, visando sua qualidade de vida”. Segundo o empresário, ao longo dos anos também houve uma mudança na nutrição de cães e gatos, que em grande parte passaram a consumir somente alimentação industrializada. “Há até pouco tempo era comum ver os animais comendo restos de comida, mas agora os proprietários têm investido em uma alimentação mais balanceada e completa para garantir a saúde dos pets”.
Este é o caso do veterinário Adriano Gomes de Carvalho, que chega a gastar o equivalente a R$ 1,5 mil reais em alimentação para seus animais. “Tenho 22 cães, mas faço questão de dar a eles um alimento de qualidade, assim preservo a saúde e o desenvolvimento físico deles”.
Quanto à polêmica do valor das despesas com os animais ser maior do que os gastos com o feijão, Neto defende que o preço dos alimentos industrializados para pets é mais elevado que o do feijão, fazendo os consumidores gastarem naturalmente mais com seus bichos. Além disso, o alimento é o único consumido pelos animais, diferentemente do feijão, que pode ser substituído por outros ingredientes. “Não podemos comparar esses dois tipos de gasto. Felizmente, o paulistano tem desfrutado de uma boa fase na economia, refletindo nas despesas com produtos que antes não podiam dispor”, completa.
Segundo a Fipe, dentre os produtos que passaram a integrar o orçamento familiar dos paulistanos estão inclusos também aparelhos de TV LCD, notebooks, passagens aéreas e cursos de pós-graduação.
Fonte: http://colunas.epocasp.globo.com
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